A primeira parte de nosso esforço repousa na análise dos resultados dos anos iniciais (1º ao 5º) do ensino fundamental (EF), que aqui chamaremos de fundamental 1 (F1); em seguida, nos ocuparemos dos resultados dos anos nais (6º ao 9º) do fundamental 2 (F2). Num terceiro momento, assumimos o desao de "comparar", com todo risco latente, o resultado dos fundamentais 1 e 2. Esperamos, ao nal, poder apresentar questes necessarias perante os desaos da politica educacional local e geral. No esforço de um olhar por dentro, observando a logica interna do Ideb, para assim, melhor compreender os resultados "para fora", ou seja, o que se quer esconder ou no se pode revelar: a) estaria o Ideb apenas reetindo as diferenças sociais e/ou em que medida os dados do Ideb contribuem para alimentar uma concorrencia entre as escolas, estudantes e familias, dilatando e aguçando as diferenças "escolares" e sociais? b) Alem de potencializar, estaria o Ideb se nutrindo das diferenças sociais? A primeira possibilidade pode sugerir uma condiço passiva, e as seguintes nos alertam para processos endogenos que podem dialogar com situaçes externas. Conversaremos com os "resultados" em nivel municipal observando por escola e regio. Partindo das escolas, de sua riqueza viva, concreta, e relacionando os resultados do Ideb as diferentes condiçes socioeconomicas em que as escolas esto imersas, esperamos desnudar/denunciar, alem do apartheid educacional, o olhar e as açes maniqueistas/alienigenas dos tecnoburocratas, e acrescentar um ingrediente a mais, a saber, as condiçes socioeconomicas e culturais que atravessam as escolas e esto presentes, querendo ou no, no desempenho e nos resultados destas. Logo, sustentamos que no existe neutralidade politica ou pedagogica nos resultados do Ideb. Como resultado temos o fetiche-deus-nota ou, nesta condiço, bonus e produto de uma fetichizaço do processo educativo, deliberado para alguns e inadvertido para muitos, imperando a individualizaço e a competiço, tira-se qualquer culpa dos expurgos de alunos e professores mal avaliados, da desidrataço de conteudos, da perda da horizontalidade nas relaçes de trabalho, no funcionamento das escolas e centralidade do trabalho pedagogico, tornando-o apenas um alimentador de plataformas, das degeneraçes das formaçes etc.
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