#MESAdePOESIA (o acaso nos livra do descaso) Prefácio/posfácio:D.Everson/D.Rebelo/Bruxana/O Despoeta. -Sei que era meado(s) de dois mil e catorze, o local onde tava residindo, era um apartamento no engenho do "medo" ao lado da reitoria da UFPE. Residia com o músico "Anjinho", o cibernauta das caruaras Walber e outro ser desestudante que não lembro mais por causa da minha parca memória. Sei que fizera alguns recitais nesse cômodo entre outras confraternizações com alguns amigos das artes, pariceiros poetas e/ou companheiros de bicadas filosóficas ou de resistência acadêmica, entre outras canalharias... E em uma dessas recebo a presença/visita do multiartista Jimmy Marcone e da biblioteconomista Daiane Rebelo no seu lindo vestido vermelho. E talvez nessa mesma fora que surgira a ideia inicial de bolarmos a pariceria de um livro (co)junto feito em mesas de bares. A dinâmica desse projeto sofrera no seu galope do tempo vários entraves e mudanças... A priori seria porresias construídas a quatro mãos durante os encontros Étí(li)cos... A posteriori o projeto: "O Acaso Nos Livra do Descaso", ganhou outros rumos, uma ou outra desistência/sepultamento/arquivamento: morte-vida e ressurreição... Agora nesse período de inquietante-quarentena, reconvoquei Mr. Jimmy (e) vamos pôr mãos à obra novamente. E antihumildementefalando este é o resultado: dez poemas solos desses indivíduos poetas e cinco concretamente construídos em uma pariceria a distância e não presentemente como seria em tempos outros. São textos de 2014 – 2020 revisados/talhados ou lapidados de acordo com o húmus e o humor desses estranhos dias de lutas e glorias sem Fé, Lei e/ou Reis! -Prevíamos coisas de um mundo distante quando estávamos em 2014, agora seis anos à frente retomamos um episódio do Acaso, mas não por acaso, fizemos agora um retorno a um mundo já distante, inexistente se não fossem pelos poemas que foram deixados naquela época e eclodidos em meio a uma pandemia (que já aguardávamos por uma situação caótica que estaria por vir abrindo este novo século). Os poemas foram escritos dentro de processos vividos que eu buscava uma forma de haver maneiras pela qual após o projeto pronto (o livro) sentaríamos numa mesa para de forma etilicamente, comentarmos as fases e os processos dos escritos, pois são textos que metamorfoseei nas minhas andanças pela cidade do Recife assim como das sensações abduzidas pelas situações gravíssimas de incontinência mental. Esta obra passou por quatro HDs, perdi trabalhos acadêmicos num vórtice do acaso que me atingiram seriamente em meio a um caos nessas últimas fases meio fezes que me permitiu aceitar o descaso das condições adversas para com o bicho humano. Aproveitei a prisão, solidão e sumiço de quase dez anos de mim numa cidade dicotomicamente cheia ao mesmo tempo vazia. Lambi as ruas, senti os cheiros, escorreguei em bueiros, utilizei as tubulações para jogar dentro dessa obra canalizando o que sobreviveu de alguns anos e circunstâncias. Célio Lima é um expoente de uma época ainda muito mais anterior a este projeto, é de uma região interiorana conterrânea que o acaso nos direcionou na transição dos séculos à dividirmos até hoje cenários poético/artísticos/culturais e agora este livro, assim como as degustações recifenses dentre elas alcovas, buracos e mesas num universo literário, ficcional e realístico. Aqui estamos nós, confrontando o Acaso, perfurando o tempo, agindo como um vírus-marginal atacando o sistema imunológico das impossibilidades politico-sociais, como traças-anarquistas corroendo as páginas negacionistas das desigualdades sociais tão impeditivas a produção e disseminação do livro, leitura e literatura. (Célio Lima/Jimmy Marcone)