Avistamos, diante deste livro, duas meninas-mulheres que se fundem: a mulher, autora, Ivone Silva de Jesus, e o seu espelhamento, criança: a pequena Ivone, sedenta de leitura, com olhos atentos para os textos literarios que deram cordas a sua imaginaço criativa. Por meio dessas duas feiçes, que so corporificadas nesta publicaço, podemos ter duas experiencias prazerosas: a leveza do olhar para os livros da literatura infantil, com sensibilidade, mas tambem o criterio e a argucia analitica e teorica da experiente professora.Com isso, o exito do livro esta promulgado: ingressar por um texto preocupado com as diferenças possiveis da literatura infantil, mas tambem com uma interpretaço sensivel de suas obras, que ressoam atraves das paginas ao tratar de variadas questes, dentre elas as raciais e as deficiencias. Por meio dessa leitura, somos mobilizados a ter solfejos, saltos, risos, choros, inquietaçes: somos adultos, mas com a oportunidade de vivenciar os sabores da infancia preterita com um elenco de livros precisamente selecionados e com uma refinada escrita analitica.Ivo Falco da SilvaPos-Doutorado em Teoria Literaria, Doutor e Mestre em Literatura e Cultura pela Universidade Federal da Bahia. Professor de Lingua Portuguesa do Instituto Federal de Educaço, Ciencia e Tecnologia da Bahia, campus de Simes Filho.
O ESCUDO 360 é uma metodologia estratégica e integrada de segurança escolar, concebida para promover ambientes educacionais mais seguros, preparados e resilientes. Estruturado em três pilares fundame
Após mil anos adormecido na Montanha Huang, na China, o dragão sagrado Sherlong desperta pela voz do Criador e recebe uma missão: reconhecer e inspirar almas despertas em meio às sombras da modernida
"Tetê e a pergunta difícil" nasceu durante meu trabalho de Conclusão do Curso de Licenciatura em Pedagogia na Universidade Federal de Catalão (UFCAT) de uma provocação, prontamente aceita por mim, da
Os 96 poemas deste livro falam do amor clandestino, da distância, da solidão, do zelo amoroso e das impossibilidades de permanência. Trata-se de uma lírica homoafetiva.
Era 31 de dezembro. Eu estava na esteira, forçando meu corpo a esmagar a dor, a expelir o veneno que corroía minhas veias. Cada passo era uma tentativa de fugir daquele sentimento de fracasso, da traiço que ecoava em minha mente. Eu me debatia com a lembrança das minhas proprias palavras, da minha ultima tentativa de me declarar, e da resposta fria que havia recebido. Foi ento que a vi. A cena durou apenas um instante, mas me queimou como uma imagem eterna. Um homem passou de moto, com uma calça jeans marrom e uma camisa azul. Atras dele, uma mulher de cabelos longos e dourados, abraçando sua cintura. Eles pareciam perfeitamente encaixados, um retrato de intimidade que antes me pertencia. Eu gelei. A dor que eu tentava queimar na esteira parou, e a unica coisa que senti foi um calafrio que começou nos meus pes e subiu pela espinha, congelando cada osso. Eu no precisava de mais nada. O corpo dela colado ao dele, como tantas vezes fora o meu, me contou a historia toda. A risada dela, abafada pelo vento, parecia zombar das minhas lembranças. A forma como ele virou a cabeça para falar algo em seu ouvido, um gesto to familiar Meu corpo se rendeu antes que minha mente pudesse. As pernas falharam, o estomago se revirou em uma onda de nojo. Corri da esteira para me encolher no cho, abraçando os proprios joelhos, gritando em silencio enquanto as imagens se multiplicavam. E ento
